Sempre que venho uns dias à terrinha, a casa dos meus pais relembro o passado.
Às vezes são os livros da Rua Sésamo ou da Anita; outras vezes as fitas de fim de curso; outras as cassetes que gravava directamente dos programas da rádio.
Ontem estava a mexer na estante dos livros e pus-me a ler as agendas de 2003 e 2004. Ainda estava na licenciatura.
Além das datas dos testes e dos trabalhos e dos turnos deparei-me com descrições das minhas paixões, o meu primeiro grande amor, o que fazíamos, como fazíamos. Ao relê-lo pareceu-me o que na realidade foi: um amor muito terno, muito amor. O B está casado há um ano e é feliz, eu ainda me debato com a solidão e com os (des)amores da minha vida que tantas marcas dolorosas deixaram.
É curioso como em menos de 10 anos mudámos tanto. Ao reler-me sinto-me triste porque perdi a menina doce desses dias. Porque hoje em dia sou demasiado amarga até para mim.
Tinha tantos sonhos e hoje em dia nem me permito tê-los. É triste. Como diz o meu psiquiatra às vezes comporto-me como uma velha. Onde me perdi eu? Como me reencontro? Quem sou eu afinal? A minha existência sabe-me cada vez a menos.
1 comentário:
já somos dois.
eu sei como voltar a ganhar o que perdi, só que não consigo. tento mas n consigo.
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