Coitadinha da criatura (e das outras 24 criaturas) que abandonaram o país!
E sabem quantos milhares já saíram e não quiseram protagonismo numa tentativa desesperada de arranjar trabalho por cá?
E sabem quantos ainda cá estão a gramar com esta porcaria toda, todos os dias, cada vez com menos condições de trabalho e menos dignidade?
E sabem quantos dos que cá estão pensam todos os dias em ir embora?
E que tal pegarmos em alguns enfermeiros do público, do privado e do "público"* e fazermos uma reportagem para saber o que têm eles a dizer a estes projectos de enfermeiros que nunca trabalharam e que nunca vão saber o que é trabalhar nas condições que cá temos?
Fiquei incomodada com toda a atenção que foi dada a este recém-licenciado que nem sabe o que é ser enfermeiro e que vai para um país onde os enfermeiros portugueses face à sua formação académica podem por vezes ser equiparados a médicos.
Lamento, nisto tudo, a postura dos nossos Sindicatos que em nada nos defendem e da nossa Ordem dos Enfermeiros que não dá a cara em nada.
Um dia, quando eu que tenho 6 anos de profissão e muito mais conhecimento académico que aquele que a Licenciatura me deu, quiser sair deste pedaço de terra, vou escrever uma carta mas é à Ordem dos Enfermeiros e ao Ministério da Saúde e do Trabalho e não vou chamar os jornais.
* escrevi propositadamente um segundo público entre parêntesis para designar aqueles que como eu pertenço a uma EPE, tenho um CIT e levo por tabela como um funcionário público sem qualquer regalia a que estes últimos têm direito.
1 comentário:
Eu tenho pena de todos os que se vêem forçados a deixar o seu país e aqueles que amam.
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