domingo, 12 de dezembro de 2010

Poema

Desde que a "conheci" sempre me identifiquei com a escrita da Florbela Espanca.
Disse muitas vezes: "Deixem-me ser pequenina".
A J. uma amiga do coração, colega de curso e de alma, dedicou-me este poema numa das fitas de fim de curso.

Pequenina

És pequenina e ris ... A boca breve
É um pequeno idílio cor-de-rosa ...
Haste de lírio frágil e mimosa!
Cofre de beijos feito sonho e neve!

Doce quimera que a nossa alma deve
Ao Céu que assim te faz tão graciosa!
Que nesta vida amarga e tormentosa
Te fez nascer como um perfume leve!

O ver o teu olhar faz bem à gente ...
E cheira e sabe, a nossa boca, a flores
Quando o teu nome diz, suavemente ...

Pequenina que a Mãe de Deus sonhou,
Que ela afaste de ti aquelas dores
Que fizeram de mim isto que sou!

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"

1 comentário:

Handsomed.74 disse...

faz lembrar:
http://www.youtube.com/watch?v=Lmg5sWcN6a4