segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Precisava conseguir contar tudo o que aconteceu hoje na minha tarde de trabalho mas seriam frases e frases com palavrões médicos e afins.
Digo então...
Defendo as minhas convicções. Defendo o respeito pela vida e pela qualidade de vida. Defendo que quando uma pessoa não está capacitada para tomar decisões sobre a manutenção da sua vida e em que circunstâncias, a família deverá tomar essa decisão. Defendo que os profissionais de saúde não são heróis e os médicos não são Deus.
Por isso, quando uma pessoa entra em fase terminal, a família compreende o diagnóstico/prognóstico e decide que quer conforto, os 13 filhos se despedem, não é uma puta de uma maluca de uma médica que me obriga a ventilar esta pessoa e ficar com ela ventilada num serviço de medicina interna com mais 30 doentes. Pode berrar comigo, pode ligar para quem quiser mas eu garanto que não permito que se chegue à futilidade terapêutica.
Se os médicos do nosso país tivessem "tomates" para falar com as pessoas/famílias e escrever nos diários clinicos ORDEM DE NÃO REANIMAR (ONR) em vez de se armarem em Deus, os hopitais do nosso país eram efectivamente mais produtivos.

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